O fato de representar o Brasil num evento internacional já é um motivo de orgulho para qualquer atleta. Para a talentosíssima Wanda dos Santos Sakata, este orgulho era sinônimo de conquistas. No Campeonato Sul-Americano de 1947, aos 15 anos de idade, conquistara medalha de prata na prova dos 80m com Barreiras*, uma das provas mais técnicas do atletismo. Nesta mesma competição, conquistara outra medalha de prata na prova do Salto em Distância. Começa então a história de quem dominou a prova dos 80m com Barreiras no cenário nacional durante 20 anos, sua principal especialidade.
Nas seis edições seguintes (1949, 1952, 1954, 1956, 1958 e 1961), ela vencera todas as provas de 80m com Barreiras, sendo a maior vencedora na prova de barreiras no Campeonato Sul-Americano. Também conquistou medalhas na prova do Salto em Distância: duas de ouro, duas de prata e duas de bronze.
Participou do primeiro Jogos Panamericanos em 1951 disputado em Buenos Aires, conquistando medalha de bronze no Salto em Distância, e quarto colocado na prova dos 80m com Barreiras. Nas três edições seguintes conquistara medalhas na sua principal prova, sendo bronze em 1955, prata em 1959 e bronze em 1963. Também em 1963, fez parte da equipe de revezamento 4x100m que conquistou a medalha de bronze.
Disputou duas Olimpiadas 1952 em Helsinque e 1960 em Roma. Em Helsinque, fez uma bela participação nos 80m com Barreiras, passando para semifinal, e por pouco não alcançou a final. Ficou na 5ª colocação com tempo de 11,4s, mesma marca que a 3ª colocada que foi para final.
Com a divulgação e popularização dos Campeonatos Mundiais Masters a partir dos anos de 1980, volta a representar o país nestes eventos. Como de costume, já na sua estreia em 1983 (categoria W50) vence as provas dos 80m com Barreiras (14,64) e Salto em Distância (4,24m). Em 1989, “estreou” na prova dos 300m com Barreiras vencendo com tempo de 55,40s; e no Mundial de 1995, já na categoria W60, venceu as duas provas de barreiras, com tempos de 16,89 nos 80m com Barreiras e 1:00,73 na prova de 300m com Barreiras.
A sua última conquista no Mundial se deu em Porto Alegre (2013) na prova do Salto Triplo, prova esta que não era disputada entre as mulheres na época em que ela era “adulto”.
Com o tempo foi se adaptando a idade e substituiu estas provas técnicas por arremesso e lançamentos, justamente para estar neste ambiente que ela frequentou a vida toda.
Na entrevista ao site da CBAt em 2004 ela lembrou que “A emoção de receber a camisa com o nome do Brasil é indescritível.” Não só vestiu a camisa do Brasil, trouxe inúmeras conquistas que as colocam entre as maiores atletas do país.
*Prova substituída por 100m com Barreiras no início da década de 1970.
Fontes