Destaque da Semana #7 – Tom Petranoff

Destaque da Semana #7 Tom Petranoff

Apesar da prova do Lançamento de Dardo ser disputada desde final do século XIX, somente a partir da década de 1950 o implemento é fabricado inteiramente de metal. Por muito tempo era feito de madeira maciça com ponta de aço.

Com este implemento de metal, todos os vencedores das Olimpíadas entre 1964 e 1980 superaram a marca de 90 metros. Em 1983, por apenas 28 centímetros, o estadunidense Thomas Alan Petranoff não seria o primeiro a superar a marca dos 100 metros, estabelecendo novo recorde mundial com lançamento de 99,72m. Esta marca acendeu alerta quanto a segurança dos atletas e árbitros de outros setores, já que ao menos 50 atletas já haviam superado a marca de 88 metros.

Desde o início da década de 1980 já se pensava em alteração do implemento para diminuir “aterrisagem plana”, o que era fonte de muita controvérsia, resultando em reclamações e protestos, quando as tentativas eram declaradas válidas/inválidas pelos árbitros. Na proposta oficial, a principal mudança foi em relação a distribuição do peso, ou seja, modificar o centro de gravidade do implemento em 4cm. Assim, o implemento aterrizaria antes e aumentaria a chance de fincar ao tocar o chão.

Este novo modelo de implemento começou a valer a partir de 01-abril-1986. Porém, antes desta data, em 1984, o alemão oriental Uwe Hohn surpreende ainda mais com a marca de 104,80m!

Esta alteração aconteceu durante a sua carreira atlética. Com modelo antigo, foi vice-campeão mundial em 1983 (Helsinque). Na Olimpíada de 1984 (Los Angeles) foi para final, mas queimou as duas primeiras tentativas e na terceira foi conservador demais a ponto de não se classificar entre os oito finalistas. Já no novo modelo, no Mundial de 1987 (Roma) foi 4º colocado e na Olimpíada de 1988 (Seul) não se classificou para final.

Após a Olimpíada de 1988 ele fez um tour pela África do Sul e considerava injusto que o país não pudesse competir com resto do mundo por razões políticas. Ele então se engajou no ativismo contra a mistura entre política e esporte que prejudiquem a participação de atletas, como ocorreu em boicotes às Olimpíadas de 1980 (Moscou) e 1984 (Los Angeles). Isso lhe rendeu punição de seis anos de banimento.

Apesar da sanção imposta, a África do Sul estava autorizada a participar de alguns eventos internacionais. Petranoff percebeu que é um país muito apaixonado por esportes com grande interesse em atletas internacionais, e o atletismo era um dos três esportes mais televisionados. Então, ele se mudou para lá em 1989. Em 1991, alcançou a melhor marca no modelo novo com lançamento de 89,16m. Somente no final do ano ele se tornou cidadão sul-africano, por isso, esta marca não foi homologada com recorde daquele país. Mas no ano seguinte ele alcançou 87,26m, porém não pôde participar daquele que seria a sua terceira olimpíada devido ao banimento ainda em vigor.

Até 1995 ele disputou alguns eventos na África do Sul, venceu duas vezes Campeonato Africano (em 1992 e 1993), e em 1993 já livre do banimento representou o país no Campeonato Mundial em Stuttgart. No final desta década volta aos Estados Unidos e disputa as suas duas últimas competições representando seu país de origem: em 27-jul-1999, aos 41 anos, foi 3º colocado nos Jogos Panamericanos em Winnipeg, e uma semana depois, em 04-ago-1999 venceu na única vez que participou do Campeonato Mundial Masters em 1999 em Gateshead com a marca de 73,72m.

Em 2003, aos 45 anos de idade, registra seu último lançamento com marca de 60,88m, um pouco inferior àquela de seu primeiro lançamento em 1977, aos 19 anos de idade (66,90m). Antes deste primeiro lançamento, ele praticava beisebol e futebol americano, e é um daqueles poucos casos com talento nato que foi aperfeiçoado ao longo dos anos.

Durante uma entrevista é questionado sobre a longevidade e o que fazia para preservar o braço durante estes anos, e responde: “Definitivamente acho que é por não pressionar o cotovelo, mas por permitir que a parte inferior do corpo faça o trabalho e deixar acontecer, em vez de forçá-lo.” Uma dica superinteressante daquele que foi um dos maiores lançadores de dardo.

Também é inventor do TurboJav um implemento que imita o dardo, e projetado para ensinar de forma divertida os fundamentos básicos do lançamento de forma segura!

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