Destaque da Semana #9 – Luciano Acquarone

Destaque da Semana #9 Luciano Acquarone

Durante a carreira, muitos atletas treinam exaustivamente para representar seu país numa Olimpíada, e poucos conseguem. Quando jovem, o italiano Luciano Acquarone foi um atleta de provas de fundo com bons resultados em nível nacional e um caso curioso marcou sua vida. Aos 37 anos de idade, em 1968, devido aos compromissos de trabalho, ele não fez a renovação do cartão FIDAL (Federazione Italiana Di Atletica Leggera). Este cartão é uma permissão que todos os atletas necessitavam para participar de eventos oficiais da federação.

No ano seguinte, ele esperava regularizar o cartão da FIDAL, já que, na época, a afiliação era importante para o sistema italiano. Ocorre que, havia um regulamento da federação que atletas com mais de 35 anos quando tiverem um período afastado, não poderiam renovar o cartão! Começou uma saga para provar que o seu estado físico estava em excelente condição, e somente em 1971, após uma longa batalha, a FIDAL anunciou oficialmente que em caráter excepcional concede o cartão a Luciano Acquarone.

Durante o período sem o cartão da FIDAL, ele continuou ativo alcançando resultados de destaque. Isso possibilitou que em 1972, ano dos Jogos Olímpicos de Munique, ele surpreendentemente conseguisse os resultados mais expressivos da sua vida. Em 11 junho, Acquarone completou a Maratona de Bruxelas com tempo de 2:20:21, melhor marca da carreira e sexta melhor marca de todos os tempos na Itália. Assim, o sonho da participação olímpica reacende!

O critério de seleção deveria ser o campeonato absoluto italiano realizado no dia 25 de julho em Rassina, onde Acquarone fica em segundo lugar, com tempo de 2:26:09. Porém, nenhum dos três primeiros colocados foram selecionados. Provavelmente a lista dos convocados para a Maratona Olímpica já havia sido definida antes por outros critérios, principalmente porque os Jogos começariam no dia 26 de agosto.

Mesmo diante desta frustração, não o fez desistir das corridas e continuou conquistando vitórias como por exemplo a Maratona de Vallacrosia (1973, 1974) e de Aubagne (1974). Porém, teve que fazer pausa durante os anos entre 1977 e 1980 por causa da longa recuperação após cirurgia devido a tendinite. Para não ficar parado, ele se dedica ao ciclismo amador devido a menor impacto nas articulações. Nesta nova fase, Acquarone conseguiu afirmar-se em inúmeras competições na Itália e França conquistando entre elas a vitória no campeonato italiano na categoria que ele disputava.

Apesar de bons resultados no ciclismo, o seu gosto era mesmo a corrida. Após 1981, aos 50 anos de idade, ele também começa a participar de competições Masters, e sempre conquistando medalhas e/ou registrando recordes nas categorias M50 até M85. Conquistou ouro em todas as vezes que participou da Maratona nos Campeonatos Mundiais Masters (M50 em 1985, M60 em 1991, M65 em 1997 e M70 em 2001 e 2005). Também conquistou medalhas em diferentes provas como 5000m, 10000m e Cross Country (5 ouro, 4 prata e 1 bronze) nestes mundiais.

Esta grande dedicação é retratada no livro “Una Vita de Corsa” (em tradução livre, Uma Vida de Corrida) publicado em 1999 do autor Daniele Menarini, e em 2005 recebe uma merecida condecoração com o título de cavaleiro da Ordem do Mérito da República Italiana.

Fontes:

[1] https://boowiki.info/art/coureurs-de-marathon-italien/luciano-acquarone.html

[2] https://more.arrs.run/runner/-9975

[3] https://en.wikipedia.org/wiki/Luciano_Acquarone

[4] https://world-masters-athletics.org/world-championships-stadia-history/

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